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A sina, o caminho, ou simplesmente uma história. Um caminho igual a tantos outros, ou, uma história de vida, semelhante a tantas outras vidas. Uma história vivida, ou apenas fruto da minha imaginação.

16
Mai19

Longo Caminho para Casa - Trinta e Três

por Longocaminhoparacasa

                                           33

Maria tinha voltado a sonhar como seu anjo mas naquela noite, sentia aquele apoio duplamente maternal ao rubro.
- Não tens de te preocupar, só tens de seguir o teu coração, e cuidar de ti meu doce, cuidar de ti! Percebes o que te quero dizer? Faz o que te propõem, mas tudo de olhos abertos. Decide com a cabeça minha querida.
Maria acorda sobressaltada, com o coração a saltar-lhe do peito.
Aconchega a cabeça na almofada e agarra-a com tanta força, que sente estalar cada osso que tem nas mãos. 
E num soluço de grito molhado, sente o aconchego do seu anjo na cabeça.
Aliviada Maria, sente que tomou a energia necessária para seguir em frente e enfrentar o que fosse preciso.
De repente toca o telemóvel, Maria.
- Estou amor, é só para te mandar mais um beijo, e já agora saber onde nos encontramos, pergunta-lhe Luis
- Não sei., responde-lhe Maria
- Já estou a caminho, apanho-te em tua casa, estou a conduzir tenho de desligar, beijo, até já, responde-lhe Luis apressadamente não porque estava a conduzir, mas porque temia que Maria mudasse de ideias. 
Após bastante insistência, Maria tinha aceite que Luis a acompanhasse na consulta que tinha marcada com a médica.
Maria sentia o peso do apoio no braço que tinha pelos ombros. 
No percurso até ao carro, de vez em quando, Luis, puxava Maria até si, e dava-lhe um beijo na cabeça, segredando, vai correr tudo bem vais ver. Não vai acontecer nada, vai correr tudo bem!
Entraram no carro e o silêncio permanecia. Só era interrompido pelo olhar que Luis lhe deitava aquando de cada paragem que teve de efectuar aos sinais vermelhos. 
-Estás bem?, perguntava-lhe Luis, seguido de mais um abraço e um beijo.
Hein?
- Sim. disse Maria em voz sumida, esboçando um sorriso numa tristeza e medo muito mal disfarçadas.
- Tem calma, ela é uma excelente médica e foi Directora de Serviço do IPO, pelo que é muito competente, não achas? Não confias nela? pergunta-lhe Luis, numa tentativa de desbloqueio do silêncio de Maria.
Fala comigo amor ! Maria, estás bem? insiste Luis, enquanto estaciona o carro.
- Sim, responde Maria. 
Quero pedir-te uma coisa, solicita-lhe Maria
Se não te importas, eu subo sozinha, porque estou a precisar de dormir, e ficar sozinha comigo e com o meu pensamento.
- Não, Maria. Eu prometo que não te digo mais nada. Faço-te o jantar, levo-te o Rex à rua e fico no meu cantinho. Jantas sozinha no quarto se quiseres, e se quiseres até posso dormir na cama do Rex. Agora não me peças para te deixar sozinha hoje, por favor.
Eu escondo-me na dispensa, ok? Responde-lhe Luis em tom demasiado agudo e convicto.

CLR

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publicado às 22:32

16
Mai19

Longo Caminho para Casa - Trinta e Dois

por Longocaminhoparacasa

                                         32

Um dia quando olhares para trás verás que os dias mais belos foram aqueles em que lutaste!
Não podia estar!
Aquilo não era normal, estava tudo menos bem.
Mal aqueceu a cadeira, resolve pegar nas pastas dos processos denominados por si “112”, e saiu porta fora.
Abriu a porta de casa, e foi em direcção ao espelho da casa de banho onde tentou reconhecer aquele rosto, mas sem sucesso pensou, tenho de resolver isto.
Sentou-se na secretaria e ligou o computador.
A piscar a janela do Messenger, 
- Bom dia, beijo
Tem um bom dia, como estás sentes-te melhor?
- Olá bom dia, então como estás?
- Eu estou bem, e tu estás melhor? - pergunta Luis em modo preocupado e afectuoso.
- Estou hoje até fiz gazeta!, responde Maria a tentar amenizar a coisa.
- A sério, jura? A sério? Só falta dizeres que até já foste fazer a tua corridinha diária matinal!
- Não isso não fiz.
- Quando vais ao médico? Quando vais fazer os exames? - pergunta Luis angustiado.

CLR

 

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publicado às 22:23

16
Mai19

Longo Caminho para Casa - Vinte e Seis

por Longocaminhoparacasa

26

Saltou da cama ainda não eram sete da manhã.
Veste o top, os calções e os ténis, e lá vai ela, para o seu treino matinal.
Maria, olha pelo retrovisor e avista o caminho que deixou para trás num sorriso de uma grande amizade. Uma amizade muito especial.
Dirigiu novamente o seu olhar para a frente, e deixou-se enfeitiçar pela cor do carro preto que seguia à sua frente… Cor, Marca, Modelo igual ao de Michael…
As estrelas ainda não se tinham recuperado do que viam, já presenciavam a comparência de novo ser…
Um ser que lhe ocupara amigavelmente o coração e a vida ha quase uma mão cheia de anos…
Levou a mão ao rosto, esticou os dedos que lhe limparam as gotas do mar, que sentia escorrer dos olhos…
As nuvens estavam curvas aos seus olhos, desenhando um ponto de interrogação…
No canto escorria uma lágrima do texto já escrito, por quem sabe o que se vai passar…
Deixar uma vida para nada… Lutar por nada… Apostar na solidão…
Sim era assim que ela no fundo imaginava ter sido o resultado da sua ultima opção.
Na rua, numa poça de água, espelha-se uma imagem num misto de medo, alegria e tristeza…
Maria, sabia… Pressentia, que nem tudo lhe tinha sido contado. Ela sabia…
Estaciona o carro junto à falésia.
Resolveu sair do carro, só para melhor sentir a brisa..
No chão, vê uma rosa, a mesma que tinha trazido consigo, há mais de um mês atrás…
Aquela de que tinha esperança…
Curva o esqueleto e segura-a com firmeza. No dedo fica travado um espinho. Ela leva o dedo junto dos lábios, toca no espinho e dá-lhe um beijo, sussurrando amo-te…
- Amo-te… Meu amor, Amo-te!
Foram mais de 10 quilómetros que limparam todas as mágoas, libertaram o sorriso e soltaram palavras ainda que solitariamente ouvidas.
CLR

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publicado às 13:19

16
Mai19

                                    0225

 

LONGO CAMINHO PARA CASA - VINTE E CINCO (SEGUNDA PARTE)

Tanto um como outro dois excelentes amigos, ligados pelo gosto comum ao Rugbye ao Futebol. De gostos futebolisticos completamente opostos, tanto entre si, como com os de Maria. Facto que por vezes se relevou elemento de algumas gargalhadas e picardias humoristicas entre ambos.
Dois verdadeiros homens de negócios, maravilhosamente bem sucedidos nos negócios, mas aparentemente também eles muito mal resolvidos no amor.
Tal como o Rugby, revelaram-se almas coletivas de intenso contato físico, constituidos por jogadas irregulares da vida, marcando apenas o ensaio e o gol separadamente.
Todos constatavam a variação do valor do ensaio e da conversão e já decorriam alguns longos anos, e isso tornava-os cada vez mais unidos e mais amigos.
Mas, depressa se aperceberam do aumento do valor do pontapé de ressalto bem como do de penalidade, e tudo se resolve. Tudo se esclarece.
Maria, de facto podia não ter sido bafejada pela sorte do amor, mas sem duvida era uma felizarda nas amizades que lhe surgiam.
Tinha o coração cheio de amor, e a vida de grandes amizades.

CLR

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publicado às 09:22

16
Mai19

                                      0125

 

LONGO CAMINHO PARA CASA – VINTE E CINCO (Primeira parte)

A semana tinha sido passada numa nuvem de ansiedade.
Eram contadas as horas, os minutos sublinhados e os segundos riscados, como numa selecção de horas.
Entre horas boas e más, em detrimento do que pressentia estar a chegar…
Conduzia admirando as cores pintadas no céu pelo Sol.
A beleza daquele quadro fê-la voar como a gaivota salpicada de ondas, que avistava. Vinha fugida do mar, em direcção a si…
Adorava passar naquela estrada, quase beijada pelo mar...
Devagarinho, de janela aberta, podia sentir a brisa da maresia, e embriagada por ela, nunca deixava de sonhar…
Enquanto seguia na estrada, Maria, deixou-se voar. Na tela passou o filme do seu Longo Caminho para casa.
Passavam na sua mente, em câmara lenta, uma serie de episódios, com uma serie de personagens… Entre lágrimas e sorrisos, ficava-lhe sempre no rosto uma ruga de saudade, uma expressão de sorriso, uma boa recordação.
Sentia que tinha um dom. O Dom de aproveitar só o lado bom das coisas.
Quando transformava o mau, em lição de vida, restaurava-o, pintando-o da cor do sorriso, do perdão…
Tudo fica azul, bonito como o mar, como céu…
Amarela como a areia da praia, ou, tórrido como a cor do Sol…
Pensava na vida, na amizade, procurando explicações para os acasos de encontros e desencontros, regados com sorrisos.
Pensou no Garry e o sorriso abriu-se … Um grande homem, um grande amigo, sem duvida…
Maria sentia-se uma felizarda. Tinha alguns bons amigos, que podia considerar verdadeiros!
António, trajado com o seu fato protector de seda bordada no seu sorriso de galã. Mas um optimo amigo, uma optima pessoa.
Filipe, uma rosa em botão, navegando na ponte, olhando para trás e soltando um abraço quebra ossos quase tão sentido como imaginado…
Michael, e Gabriel, o primeiro plantado em lages e seguro na vida como fortes ramos colados às árvores, o segundo fruto da cepa forte, com grandes bagos doces e saborosos.
Grande postura, e educação requintada. Viviam num mundo completamente do de Maria. Mas isso não os impedia de disfrutarem de uma belissima e engraçada amizade.
CLR

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publicado às 09:19


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