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A sina, o caminho, ou simplesmente uma história. Um caminho igual a tantos outros, ou, uma história de vida, semelhante a tantas outras vidas. Uma história vivida, ou apenas fruto da minha imaginação.
Maria reconheceu-a de imediato…
No sonho também era noite, a lua estava linda e estava a chover…
Ela esboçava um sorriso lindo, e com a mão, aconchegava a cabeça de Maria, num gesto puro e doce de empatia e compreensão.
Ela foi muito feliz!
Viveu uma vida longa de idade e bastante de sorrisos. Mas curta, porque fazia tanta falta a Maria.
Com ela Maria teve experiências únicas e maravilhosas, que nos momentos de nostalgia regressam para lhe preencher e inundar o coração de lagrimas molhadas.
E as memórias, eram tantas e tão boas, que ela não as queria deixar ir. Não queria nem quer! Mas, a vida dela hoje não é aqui! , pensa Maria...
Maria foi literalmente apedrejada por palavras que jamais pensou um dia ouvir. Palavras que lhe feriram não os sentimentos, mas o coração!
Ela morreu, por dentro e por fora, pelo que ouviu do seu anjo.
" Minha querida, minha menina, meu amor,
Há dias em que pomos vírgulas, colocamos reticências em que pomos pontos finais, e há dias em que temos necessidade de virar a página, tens de cuidar de ti, não te descuides coração!
Não tenho o meu colo preparado minha querida.
Um dia quando olhares para trás, verás que os dias mais belos foram aqueles em que lutaste!"
A luz do coração de maria por momentos apagou-se.
No sonho Maria podia ver o seu próprio coração, e tinha naquele preciso momento a cor da noite, a cor das cinzas, de algo que tinha acabado de se queimar. Maria chorava não só em sonho, chorava, chorava por fora e por dentro do seu coração.
Maria acorda.
Acordou do sonho e da vida ou para a vida.
Levantou-se e depressa sentiu a água a lavar-lhe não os braços, o rosto, ou os pés mas a alma.
Pega na chave do carro, e seguiu.
Desceu as escadas do metro com facilidade que já não as conseguiu subir.
Chegada ao cimo das escadas pensou se teria fôlego suficiente para seguir a Avenida até ao escritório, mas lá conseguiu.
- Bom dia doutorinha, está tudo bem? Pergunta a Carmen
- Bom dia Carmen, sim está tudo bem, responde a Maria
- De certeza doutorinha, não parece?
- Sim está tudo, obrigada
CLR
Parecia ter chegado o final do ano... Chuva, frio, nevoeiro…
À medida que se ia afastando na estrada, ia imaginando o sol, via-o timidamente a romper as nuvens, que também via estarem cheias de lágrimas. As suas lágrimas. A suas lágrimas a caírem do céu… Seguia caminho trepando a estrada. Como quem trepa uma montanha de ilusões. De sonhos… Remando com a ferocidade de quem precisa de sair dum remoinho… Nadando para se manter a flutuar… Pensando no que ficou para trás, no passado, no futuro e em como inesperadamente o céu por todo o lado se pôs negro. O clima tornou-se frio, e ela vai pensando nas coincidências da vida… Nas coincidências da natureza, e em como do céu em pleno mês de Agosto, caíram também lágrimas fortes, diria mesmo torrenciais, em alguns pontos dos pais…
O final de Agosto parece ter chegado mais cedo, chegara a Setembro sem esperar, ou seria ao Inverno, final do ano? Parecia Inverno, com chuva, lágrimas, e o céu não só mas também ele muito nublado…
Seguia a estrada e chegada à serra, apanhara nevoeiro… Olhava ao redor com espanto e não queria acreditar, nevoeiro em Agosto…. Mudanças, parece que chegamos ao final do ano... Mudanças no clima…
Ela, enfrentou-as como pode. Usou da força que não esperava ter e vestida com a capa que nunca teve de usar, foi enfrentando a tempestade no seu céu…
À luz do dia, e no meio do céu escuro, iluminada pela média luz fosca da estrela distante, uma luz de AMOR puro, forte e indomável, seguiu o seu caminho no meio de chuva que caiu do céu perdida, tal como ela se sentia… Perdida…
Chegada ao destino onde esperava se encontrar, no ar havia um estranho vento húmido que confundia o tempo, o modo e o lugar…
Sim foi ali. Tanto quanto é possível localizar, numa visão secreta da vida. Foi ali… Subiu ao seu quarto e naquele instante em que se viu confrontada frente a frente, com o passado recente e com a sua imagem no espelho, mas foi ali, ainda não desligada dela, que ela resolveu libertar-se em desabafo de choro…
Ali naquele momento, perante aquela imagem reflectida no espelho, ela ia tentar transferir para a outra parte de si, aquela sem memoria, ou de memoria apagada o seu passado recente… Aquela memoria branca que é por consequência incapaz da menor relação, passado, presente de si, com outro alguém ou do real com a visão que o abstracto contem… Ela… No espelho, desejava ver ela… E sonha que ela sem memoria, se esvai pelo presente, que simultaneamente deseja ver tanto passado como passado morto… Ela... Deseja soltar-se da existência anterior, e interior de mágoas … Porque sem referências do passado morrem os sentimentos, as ideias, os afectos e os laços sentimentais que a magoam… Razão pela qual ela se encontrava então perdida, e à procura do seu caminho para casa…
Aquele que tinha vindo a ser, um longo caminho para casa…
CLR
A SINA, O CAMINHO, OU SIMPLESMENTE UMA HISTÓRIA IGUAL A TANTAS.
UM CAMINHO IGUAL A TANTOS OUTROS CAMINHOS OU, UMA HISTÓRIA DE VIDA, SEMELHANTE A TANTAS OUTRAS VIDAS.
UMA HISTÓRIA VIVIDA OU NÃO.
APENAS FRUTO DE IMAGINAÇÃO.
UMA HISTÓRIA DE CORAÇÃO
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