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A sina, o caminho, ou simplesmente uma história. Um caminho igual a tantos outros, ou, uma história de vida, semelhante a tantas outras vidas. Uma história vivida, ou apenas fruto da minha imaginação.
Foi então que numa noite fria de solidão sentida, Maria pegou no diário, ajeitou a caneta e escreveu:
“Durante um, dois ou três meses (às vezes mais), devaneamos o futuro. Apegamo-nos ao ser que começa a ser gerado cá dentro.
Concedemos-lhe a personalidade que na realidade ele ainda não tem e constituímos sobre algo ainda tão embrionário o fardo de um sublime e devaneado futuro.
O mundo estancou. Tal como a minha mente.
Permaneci, tal como permaneço ali, naqueles momentos, naqueles instantes longos, a tentar arrancar um sentido daquilo tudo.
Porquê, porquê, Porquê?
São perguntas às quais sei que nunca encontrarei resposta.
Abalei sem o futuro nas mãos. Tal e qual como ainda me sinto…
Deixei-o escorregar-me das mãos.
No sangue que foi correndo, também eu fui perdendo um pouco da felicidade que tinha dentro de mim…
O sentimento de injustiça foi o primeiro a surgir.
Depois veio a negação. Inexistiam sintomas de que algo estava assim tão errado.
Não... Não podia ser tão mau....
Já estava tudo a correr bem....
Porquê tudo outra vez?
Ou porque não foi tudo como da ultima vez?
Um susto....
Não podia ser... Eles só podiam estar errados...
Procurei freneticamente em toda a internet, respostas...Letras, palavras, que me podessem iludir ....
Procurei ao mesmo tempo que na mente corriam as letras
P O R Q U Ê?
Procurei, procurei, procurei. Procurei, na esperança de encontrar relatos de diagnósticos falhados. Encontrei alguns, mas poucos.
Mas, no fundo eu sabia qual era verdade…
E agora, como estou?
Vivo, ou já perdi parte de mim e como estou, também morri?”
CLR
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